segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Capítulo 3



   A primeira viagem, a gente nunca esquece. Aquela sensação de liberdade, aquele anseio por novas experiências, tudo isso regado a muito amor. Dormir juntos no ônibus, acordar e se deparar com um sorriso bobo te olhando. Assistir a jogos que você não entende, torcer por qualquer jogada que o outro está envolvido, assim, sem nexo nenhum. Quem disse que é para fazer sentido? Quem disse que você precisa ser o melhor atleta do mundo, para ter o(a) melhor expectador(a) do mundo? Você só precisa de um olhar, um gesto de incentivo, um grito de "eu acredito",para tirar forças de onde você nem imaginava que tinha. Engraçado, lembrar daquela paisagem da "Santa", o vento no rosto, o vestido voando ao vento, o rapaz careca. O sol desaparecia no horizonte e o crepúsculo  embelezava o céu. Esse momento resume bem o que foi a primeira viagem. 
   O que ninguém sabe é como os dois chegaram ali. Na verdade, como o jovem rapaz chegou. Ele sabia que não estava no melhor ano, seu condicionamento físico deixava a desejar e suas chances não eram boas. Contudo, ele tinha uma coisa, algo pelo que lutar. Ele sabia que sua amada tinha vaga garantida, sendo assim, iria fazer de tudo para viajar também. Dia após dia, ele desafiou seu corpo e sua mente. Foram horas e horas de treinos incessantes, jogos estressantes e momentos desmotivantes. Mas ele era "teimoso", sempre foi. Quando a vaga que tanto sonhara parecia escapar-lhe entre os dedos, como aquela bola decisiva em final de campeonato, ele deu a volta por cima.  Deu o seu melhor e foi reconhecido por isso. Ele ficou muito feliz, não pela vaga na competição, e sim porque teria a chance de experienciar a melhor viagem de sua vida. A primeira viagem dos dois juntos. 


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