A busca contínua
Um dia contaram-me que para ser feliz, o homem deve amar. Sem pestanejar eu confrontei o mundo, e fui atrás da minha felicidade. Conheci pessoas fantásticas nesse caminho, e uma após a outra deixaram-me a deriva, como um barco naufragado. Sem condições de navegar novamente, peguei os poucos pedaços que ainda prestavam, e com eles contruí um novo barco. Dessa vez, maior e mais forte, com velas maiores, naveguei por águas desconhecidas. Ainda assim, não encontrei o amor que buscava. Tentei ser otimista, esperei as águas calmas trazerem algo de bom... e trouxeram. Uma após a outra, eu fui afundando as minhas oportunidades, como se elas nunca fossem acabar. Para minha surpresa, de lugares logínquos onde eu jamais imaginava navegar, vieram estrangeiros. Eles me cativaram, mostraram-me o mundo sob outra perspectiva, tinham um outro olhar do mundo. Mesmo eles, falharam na tarefa de me mostrar esse tal de amor. Não encontrando, nem aqui nem ali, não tive outra escolha, se não desistir. Desisti... esqueci...
Anos depois, já não fazia diferença, apenas deixava os ventos me levarem. Nada de buscas sem sentido, porque a vida por si só, já era motivo mais do que suficiente para ser feliz. Entretanto, "escrevendo certo, por linhas tortas". Me vi cara a cara com o que tanto busquei, não da forma que anseava, o vi em outras pessoas. Um casal que eu tenho em muito estima, havia brigado. Até aí nada demais, certo? Isso faz parte da vida, essas brigas, intrigas, são comuns. Eu fiz o que pude para ajudar, parei, ouvi, tentei entender, e pensei em algo para resolver. Mas o que mais me chamou atenção, foi o carinho que um falava do outro. Além disso, havia uma dependência muito forte, na verdade um elo, como se um não funcionasse sem o outro. Nesse momento, eu pude sentir o que era o amor. Algo tão forte que transparecia na alma daqueles pobres coitados, que se viam separados. Com diálogo e dando tempo ao tempo, as coisas se resolveram. Eles estavam juntos de novo, compartilhando um sentimento tão abrangente, que não deveria ser definido em apenas uma palavra. Então eu voltei a acreditar... a sonhar... esperando que um dia, eu encontre esse amor, velejando pelo mar.